terça-feira, 19 de janeiro de 2010

O Retorno

Olá pessoal!

Desculpem pela demora para uma nova postagem.
Depois de mais de um ano, pretendo retomar os trabalhos com os debates aqui do blog. Isso se deve a incentivos vindo de amigos e até de desconhecidos que entraram em contato comigo através do blog.

De momento quero apenas fazer duas indicações:

1) Um blog de dois amigos e colegas (Guilherme Azevedo e Rafael Simioni): "Dogmáticos Anônimos" (http://www.dogmaticosanonimos.blogspot.com/);

2) Um artigo que eu publiquei na "Revista Filosofia do Direito e Intersubjetividade" da Univali (Universidade do Vale do Itajaí - SC) com o título: "O conceito de pessoa e o Direito". Este artigo pode ser baixado pelo link: http://www.univali.br/modules/system/stdreq.aspx?P=1382&VID=default&SID=720085120374317&A=open:news:item:5137&S=1&C=37279

Neste artigo eu procuro propor uma conceituação do que é a "pessoa" ou o que caracteriza a "pessoa" e como o Direito se coloca perante essa conceituação. Tendo em vista que a "pessoa" é o conceito base do Direito, é ela quem produz e a quem é dirigida o Direito. Isso num debate contemporâneo inserido no contexto da sociedade multicultural, globalizada, conringente, etc.

Se puderem dar uma lida e depois se quiserem podem colocar críticas, sugestões, etc. aqui no debate desta postagem.

Pretendo escrever em breve com novos assuntos e/ou provocações.

quinta-feira, 6 de novembro de 2008

Respostas

Bom, quero começar dizendo que o blog está atingindo o seu objetivo: o diálogo, a troca de idéias.

Como eu esperava, o meu último post provocou um longo debate. E não é por menos, pois acaba por negar este pensamento pós-moderno que afirma que não existem verdades e que tudo é relativo. Este pensamento pós-moderno também parece ser mais cômodo, afinal, tudo o que eu preciso fazer é criticar as outras propostas de idéias.

Vou tentar fazer algumas colocações a respeito do que foi tratado nos debates sobre o último post. Isso depois de eu comer o meu “prato de arroz quentinho”.

Um dos meus amigos começou o debate fazendo definições sobre o que eu afirmei no post “Apontamentos”. Falou que o que eu disse são conceitos. Só sobre isso nós podemos passar o resto da vida debatendo. Mas, se o que eu afirmo são conceitos, o que tu afirmas também o é! E, portanto, o teu pensamento relativista também é falho.

Mais, colocaste novos conceitos aos meus conceitos; mais conceitos na minha fala. É possível a comunicação sem conceitos? O conhecimento sem conceitos?

A linguagem se dá através de conceitos. E, se parares para pensar, podes perceber que a linguagem é universal. Se eu disser “cadeira” tu pensas numa, o meu amigo de Triunfo pensa noutra, o meu amigo que está em Dublin vai pensar ainda noutra e assim por diante. Tu só vais conseguir precisar uma cadeira exata quando eu apontar o dedo para qual cadeira eu estiver me referindo. Isto é, algo presencial. Sem estarmos presentes, podemos falar sobre coisas, só que estas coisas vão ser palavras (conceitos) universais. Mas, sem eles não podemos falar. Portanto, existem as coisas (as cadeiras, mesas, computadores, eu, vocês, etc.), mas a linguagem os torna universais. Porém, nem por isto eu deixo de existir! Nem por isto este texto deixa de existir!

Então, se os conceitos são falhos, eu não posso falar. E devo ficar no silêncio. Essa é a filosofia dos céticos! A filosofia do silêncio! Porque o cético ao falar, está partindo de algum pressuposto, o que nega a sua essência que é a negação de tudo. Aliás, o cético se auto-contradiz na sua essência: negação de tudo – para isso, ele deve poder negar essa afirmação (seu pressuposto) também!

Seguindo Aristóteles, estes devem se reduzir ao estado de planta! Já que não podem falar e não conseguem pensar. Pois, nessa tentativa de negar tudo negam a si mesmos! Negam seu próprio pensamento.
Agora, se parares para prestar atenção, o princípio de não-contradição permanece! Pois ao te refutar a ti mesmo, o que ressurge é o princípio de não-contradição. Toda vez que tentares negar este princípio, vais acabar te refutando a ti mesmo e o princípio permanecerá!

A cadeira existe, a mesa existe e assim por diante. Existem, também, os conceitos de cadeira e de mesa. Se queres abandonar os conceitos não conseguirás falar, perderás a comunicação e o pensamento – tendo em vista que a razão funciona através de linguagem. Logo, novamente, Aristóteles diria que tu e uma planta são a mesma coisa.

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

Apontamentos

Gostaria de começar dizendo que os comentários escritos até esta data foram muito bons. Ótimos para um começo de debate, para uma troca de idéias, que é o que eu espero com este blog.

Um ponto que eu gostaria de ressaltar é a relação entre a universalidade e o Direito. Esta relação se dá de várias formas, mas a que me aparece de forma mais latente é nos Direitos Humanos. Estes Direitos tem a pretensão de universalidade com base na proteção da Dignidade Humana.
Mas o que é a Dignidade Humana? Existe algum conceito para a Dignidade Humana? Qual é este conceito? E ele é universal (vale para todos independentemente de credo, raça, etc.)?
Bom, se tu negas a universalidade, acabas por negar a Dignidade Humana de forma universal e, portanto, negas a possibilidade de existência de algum Direito internacional - como os Direitos Humanos.
Mais, se negas a universalidade, estas na verdade dizendo: "Não existe nada que seja universal". Só que esta frase é universal e, logo, deve-se acrescentar um "exceto esta" depois da afirmação: "Não existe nada que seja universal, exceto esta frase". E, se te manténs nesta posição, acabas por entrar em autocontradição, isto é, acabas por refutar a ti mesmo. Isto é, a pessoa diz e se desdiz, que é o que acontece quando alguém afirma que não existe universalidade ou quando afirma que não existem verdades. Aristóteles diria que quem se mantém na contradição não consegue pensar e nem falar e, assim sendo, deveria ser reduzido ao estado de planta.

E aí? Serás um ser humano ou uma planta?

terça-feira, 15 de julho de 2008

Contemporaneidade

Será possível falar em alguma fundamentação para as ciências, como o Direito, na contemporaneidade? Neste tempo em que não existem verdades, em que tudo é relativo, há alguma metafísica? É possível falar em universalidade?
Só uma pequena provocação: os que afirmam que não existem verdades, isto que estão afirmando é uma verdade ou uma mentira? Ou, os que afirmam que tudo é relativo, esta afirmação também o é?
Enfim, estes são pequenos apontamentos para provocar um debate. É um ponto do qual podemos começar a troca de idéias. Num próximo momento espero fazer contribuições com mais afirmações do que com perguntas.